A Tireoidite de Hashimoto é a doença autoimune mais comum da tireoide, sendo a principal causa de hipotireoidismo. Como consequência, são muito frequentes no consultório médico, independente da especialidade. Por isso, neste texto daremos enfoque no que todo bom médico precisa saber: diagnóstico e tratamento atualizados da Tireoidite de Hashimoto.
O perfil de paciente que tipicamente apresentará Tireoidite de Hashimoto no seu consultório será uma mulher com idade entre 30 em 40 anos. A maior prevalência nesse grupo ocorre devido à influência dos hormônios sexuais femininos no sistema imune, exacerbando a manifestação da doença.
Lembre-se, no entanto, que a Tireoidite de Hashimoto pode se manifestar em qualquer idade e sexo, sofrendo forte influência do histórico familiar.
Os sintomas da TH são referentes ao hipotireoidismo uma vez que o organismo do indivíduo acometido apresenta a presença de anticorpos antitireoidianos. Os principais são: o Anti-TPO (anticorpo antitireoperoxidase), Anti-Tg (antitireoglobulina) e o TRAb (contra receptor do TSH).
Então, quais são os sintomas mais comuns?
Bócio, que pode ser nodular bilateral ou multinodular;
- Sintomas de dor não são tão frequentes, mas o paciente pode queixar de desconforto;
- Ressecamento da pele, queda dos cabelos e unhas mais frágeis;
- Aumento do peso e das taxas do colesterol;
- Depressão e raciocínio lento.
Quais os exames que devo pedir?
- TSH
- T3 e T4 Livre
- Anti-TPO
- Anti-Tg
- TRAb
A seguir um quadro comparativo da prevalência dos auto-anticorpos nas principais doenças autoimunes da tireoide. Repare que, em muitas situações, há sobreposição de autoanticorpos nas doenças e que, portanto, dominar a clínica ajudará a fechar o diagnóstico.
Tome nota:
A US da tireoide é o melhor exame de imagem para a detecção de nódulos, com sensibilidade de aproximadamente 95%, superior a outros métodos mais sofisticados.
Os achados mais característicos na Tireoidite de Hashimoto são: presença de contornos irregulares com padrão ecotextural difusamente grosseiro e noduliforme (pseudonódulos), mas calcificações também podem ser encontradas.
Obs: Por ser de origem imunológica, a Tireoidite de Hashimoto pode estar relacionada à Diabetes Mellitus do tipo 1, que também possui natureza autoimune. Ou seja, pacientes com Diabetes tipo 1 podem apresentar auto-anticorpos tireoidianos e, portanto, devem ser investigados para tal.
É importante fazer as seguintes orientações ao paciente:
- Restrição de alimentos gordurosos, bebidas alcoólicas, glúten e alimentos industrializados;
- Melhor dieta: frutas, alimentos com alto teor de fibras e proteínas magras;
- Manter o corpo sempre hidratado com bastaste água.
Por se tratar de uma doença autoimune, a TH não possui cura e ocorrerá pelo resto da vida com medicação apropriada. O tratamento farmacológico visa, portanto, o controle sintomatológico da doença.
A medicação mais utilizada é a Levotiroxina sódica. A literatura científica recomenda que a dose diária inicial recomendada para o hipotiroidismo clínico em pacientes < 60 anos é de 1,6 a 1,8 mcg/kg de peso corporal ideal, devendo ser ajustada em doses de acordo com a avaliação individualizada de cada paciente.
Referências: