Benzodiazepínicos: sinais da dependência e tratamento
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1. Definição de benzodiazepínicos:
Classe de medicamento amplamente utilizada para tratar transtornos de ansiedade, insônia, depressão e outros diagnósticos psiquiátricos. No entanto, são associados a problemas como tolerância, dependência, sintomas de abstinência e perdas cognitivas.
Exemplos: Diazepam, Alprazolam, Lorazepam, Clonazepam, Bromazepam, Midazolam, Clordiazepóxido, Flurazepam, Temazepam, Triazolam.
Os benzodiazepínicos possuem cinco propriedades farmacológicas:
- Sedativos.
- Hipnóticos.
- Ansiolíticos.
- Relaxantes musculares.
- Anticonvulsivantes.
Neurotransmissores envolvidos: Ação principal nos receptores GABA.
2. Sintomas Clínicos do uso prolongado:
Os benzodiazepínicos são eficazes no tratamento de várias condições, mas seu uso de maneira exacerbada pode levar a:
Dependência e Tolerância:
Necessidade de doses cada vez maiores para obter o mesmo efeito. Além disso, sintomas de abstinência ao reduzir ou cessar o uso.
Prejuízos Cognitivos:
- Declínio cognitivo.
- Piora na psicomotricidade.
- Sonolência excessiva.
- Dificuldades na condução de veículos.
Outros Efeitos:
- Redução da qualidade de vida.
- Aumento da mortalidade com uso prolongado.
- Risco de convulsões com cessação abrupta.
3. Diagnóstico de dependência de benzodiazepínicos deve avaliar de forma minuciosa:
Os sintomas de abstinência começam progressivamente dentro de dois a dez dias após a parada do uso dessa classe farmacológica.
Histórico de uso: Indicação de prescrição inicial, dose, tempo de uso, idade de início, comorbidades clínicas e psiquiátricas, uso de outras substâncias psicoativas.
Comportamentos alterados: Avaliação de comportamentos bizarros ou alterados relacionados ao uso de substâncias psicoativas. Pode haver tremores, sudorese, palpitações, náuseas, vômitos, cefaleias, dores musculares, insônia, irritabilidade, dificuldade de concentração, pesadelos, prejuízos de memória, delirium, alucinações e convulsões.
4. Tratamento:
O tratamento da dependência de benzodiazepínicos pode ser desafiador e envolve várias abordagens:
Intervenções Não Farmacológicas:
- Psicoterapia: Terapia cognitivo-comportamental, terapia de grupo, técnicas de relaxamento.
- Suporte Sociofamiliar: Informar pacientes e familiares sobre os riscos de recaída e os prejuízos do uso.
Tratamento Medicamentoso:
- Substituição: Trocar benzodiazepínicos de meia-vida curta ou média por um de meia-vida longa (p. ex., diazepam).
- Redução Gradual: A dose deve ser gradualmente reduzida ao longo de semanas ou meses para minimizar o risco de convulsões. Pode levar até 12 meses em usuários crônicos. As taxas de recaída são elevadas, e a síndrome de abstinência pode ser de 10 semanas
- Desintoxicação: Infusão subcutânea lenta de flumazenil, associada à profilaxia anticonvulsivante (valproato de sódio) para evitar convulsões.
- Anticonvulsivantes: Carbamazepina e pregabalina podem ser eficazes.
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Monitoramento:
- Exame de Urina: Monitoramento eficaz após a desintoxicação completa dos benzodiazepínicos.
- Avaliação contínua: Monitorar sinais de recaída e ajustar o tratamento conforme necessário.
É fundamenta a avaliação completa do paciente por meio da Anamnese detalhada, incluindo história de uso, comorbidades e uso de outras substâncias, pois não se justifica o uso de benzodiazepínicos por longos períodos, exceto em situações especiais. Além disso, a combinação de retirada gradual com psicoterapia mostra melhores resultados. Por isso, compreender a complexidade e os riscos associados ao uso de benzodiazepínicos é essencial para um tratamento eficaz e seguro.
Referência: ALEXANDRINA MELEIRO. Psiquiatria - Estudos Fundamentais, 2018.
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