A cafeína é a substância psicoativa mais consumida globalmente, presente em mais de 60 plantas. Ela é pertencente à classe das metilxantinas, afeta diversos sistemas neurobiológicos e fisiológicos, com significativos efeitos psicológicos. Embora não cause doenças letais, seu uso pode levar a transtornos psiquiátricos. Por isso, os profissionais da saúde devem estar atentos aos seus efeitos e problemas associados.
Transtornos associados à cafeína:
Os principais transtornos relacionados ao seu uso:
O consumo varia por idade e é comum entre crianças. Globalmente, a média diária é de 70 mg, e 85% dos adultos consomem cafeína anualmente.
O uso contínuo de cafeína é influenciado por efeitos:
Estes fatores complicam o manejo dos transtornos relacionados à cafeína.
Pessoas com transtornos relacionados à cafeína têm maior risco de desenvolver outros transtornos por substâncias, como o uso de sedativos e hipnóticos.
Fontes de cafeína:
Principais fontes conhecidas de cafeína, juntamente com a quantidade de cafeína por unidade:
O diagnóstico de intoxicação por cafeína e outros transtornos relacionados depende principalmente de uma história detalhada sobre a ingestão de produtos que contêm cafeína. Por isso, é muito importante verificar se o paciente apresentou sintomas de abstinência ao reduzir ou interromper o consumo da substância.
A intoxicação por cafeína é caracterizada por consumo recente maior que 250 mg da substância. Estima-se que a incidência anual seja de 10. Os sintomas incluem:
Consumos superiores a 1 g podem causar sintomas mais graves, como arritmias cardíacas, confusão mental, e alucinações visuais leves. Doses superiores a 10 g podem resultar em convulsões, insuficiência respiratória e morte.
A abstinência reflete a tolerância e dependência fisiológica desenvolvidas com o uso contínuo de cafeína. Nessa lógica estima-se que 50 a 75% dos usuários podem apresentar sintomas como:
Os sintomas começam entre 12 e 24 horas após a última dose, atingem o pico em 24 a 48 horas, e podem durar até uma semana. Assim, a abstinência pode ser induzida iatrogenicamente por orientações médicas para suspender a cafeína antes de procedimentos, como endoscopia ou cateterização cardíaca. Nesses casos, a redução gradual ao longo de 7 a 14 dias é recomendada.