Conceito do transtorno autista:
O transtorno autista, hoje parte do Transtorno do Espectro Autista (TEA), é caracterizado por dificuldades significativas em três áreas principais: interação social, comunicação e comportamentos ou interesses restritos e repetitivos.
Histórico do transtorno autista:
1867: Henry Maudsley identificou crianças com graves transtornos mentais, incluindo atrasos e distorções no desenvolvimento, classificando-as como psicóticas.
1943: Leo Kanner descreveu o autismo infantil em detalhes, destacando características como isolamento extremo, atrasos na linguagem (ecolalia, inversão pronominal), estereotipias e obsessão pela rotina. Desse modo, Ele também sugeriu que muitos casos eram confundidos com esquizofrenia ou retardo mental.
Avanços no diagnóstico do transtorno autista ao longo do tempo:
Até 1980, crianças com transtorno autista frequentemente eram diagnosticadas como esquizofrênicas. No entanto, estudos mostraram que são condições psiquiátricas diferentes, embora em raros casos possam ocorrer juntas. Por isso, a maior clareza sobre o autismo permitiu diferenciá-lo de outros transtornos do desenvolvimento e aprimorar os critérios diagnósticos.
Prevalência do TE:
Estudos sugerem que o TEA afeta cerca de 0,08% da população, mas levantamentos mais recentes indicam taxas de até 0,6%. Nesse sentido, esse aumento é atribuído principalmente a mudanças nos critérios diagnósticos e maior conscientização sobre o transtorno.
O TEA é mais comum em meninos ou meninas?
O TEA é 4 a 5 vezes mais frequente em meninos do que em meninas. No entanto, meninas com TEA tendem a apresentar maior gravidade nos sintomas, incluindo retardo mental mais significativo.
O TEA está relacionado a fatores socioeconômicos?
No passado, acreditava-se que o TEA era mais comum em famílias de classe socioeconômica alta, mas estudos recentes não encontraram nenhuma relação entre o transtorno e o status socioeconômico.
Etiologia:
1- Fatores genéticos:
2- Fatores biológicos:
3- Fatores imunológicos:
4- Fatores perinatais:
5- Fatores neuroanatômicos:
Mitos sobre o TEA desmentido:
Um mito famoso é o das "mães geladeiras", que sugeria que o autismo era causado por mães emocionalmente distantes. Hoje, sabemos que essa ideia é infundada e que o TEA tem uma base biológica bem estabelecida.
Conclusão:
Essas descobertas reforçam a importância de diagnósticos precoces, análises genéticas e acompanhamento neurológico em crianças com suspeita de TEA. Além disso, intervenções terapêuticas podem ser ajustadas considerando os déficits específicos de cada criança, como dificuldades de comunicação, habilidades sociais e comportamentos repetitivos.
Referência: Sadock, Benjamin James; et al. Manual conciso de psiquiatria da infância e adolescência. Tradução: Cláudia Dornelles. Porto Alegre: Artmed, 2011.