Conceito de transtorno do espectro alcoólico getal:
Esse transtorno representa um conjunto de alterações físicas, cognitivas e comportamentais que ocorrem em crianças cujas mães consumiram álcool durante a gravidez.
Prevalência do transtorno do espectro alcoólico fetal:
Nos Estados Unidos, estima-se que entre 1,1% e 5% das crianças sejam afetadas, mas esses números podem variar dependendo do método de estudo e população analisada.
Diagnóstico do transtorno do espectro alcoólico fetal:
O diagnóstico baseia-se em 5 critérios principais:
- Confirmação da exposição pré-natal ao álcool;
- Anomalias faciais tais como a presença de fissuras palpebrais pequenas, filtro nasal liso e lábio superior fino;
- Deficiência no crescimento, por exemplo, baixo peso e/ou altura;
- Alterações cerebrais como a circunferência craniana reduzida, anormalidades estruturais ou convulsões;
- Comprometimento neurocomportamental, tanto déficits cognitivos quanto dificuldades comportamentais.
Subtipos do transtorno do espectro alcoólico fetal:
Os subtipos incluem:
- Síndrome Alcoólica Fetal (FAS): apresenta todas as características do diagnóstico.
- Síndrome Alcoólica Fetal Parcial (PFAS): algumas características presentes, com ou sem confirmação da exposição ao álcool.
- Transtorno do Neurodesenvolvimento Relacionado ao Álcool (ARND): não apresenta características físicas, mas há confirmação da exposição e prejuízo neurocomportamental.
- Transtorno Neurocomportamental Associado à Exposição ao Álcool (ND-PAE): definido no DSM-5 como condição para estudos futuros, destaca as dificuldades neurocomportamentais mesmo sem as alterações físicas.
Principais problemas comportamentais em crianças com Transtorno do Espectro Alcoólico Fetal:
Essas crianças apresentam alta prevalência de transtornos comportamentais, incluindo:
- Impulsividade e dificuldades em seguir regras;
- Ansiedade e problemas de interação social;
- Déficits na regulação emocional;
- Maior risco de transtornos psiquiátricos na vida adulta, como depressão e abuso de substâncias.
Como o Transtorno do Espectro Alcoólico Fetal afeta o desenvolvimento cognitivo?
Os prejuízos cognitivos incluem:
- Redução no QI (média de 72 em crianças com FAS e 80 em crianças expostas ao álcool sem FAS);
- Déficits de memória, principalmente na fase de aprendizado;
- Dificuldades de atenção, especialmente em tarefas visuais;
- Alterações na função executiva, como planejamento, memória de trabalho e controle de impulsos;
- Baixo desempenho acadêmico, com dificuldades em leitura, escrita e matemática.
Qual é a relação entre Transtorno do Espectro Alcoólico Fetal e transtornos psiquiátricos?
Crianças com transtorno do espectro alcoólico fetal têm alto risco de desenvolver transtornos como:
- TDAH (44%-96%): déficit de atenção e hiperatividade;
- Transtorno Opositivo-Desafiador (TOD);
- Transtornos de ansiedade e depressão;
- Transtornos de conduta.