O médico em seu dia a dia de trabalho se depara com a mais diversa variedade de pacientes. Estar preparado para atender essas variedades de comportamentos e personalidades é mandatório para a prática médica quando se trata de adesão ao tratamento e na boa relação médico-paciente. Leia este texto e aprenda um pouco mais sobre personalidade e sobre os transtornos de personalidade. Aqui daremos um enfoque em Borderline.
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Pergunta 1: Afinal, o que é personalidade e o que se caracteriza um transtorno de personalidade?
Personalidade pode ser definido como um conjunto de traços emocionais e comportamentais que caracterizam o indivíduo em sua vida cotidiana do dia a dia; em situações normais, estes traços são relativamente estáveis e previsíveis. Um transtorno de personalidade representa uma variação desses traços de caráter que vão além da faixa encontrada na maioria dos indivíduos.
Pergunta 2: E onde é que entra o Borderline nesta história?
Boderline é um transtorno de personalidade emocionalmente instável. O termo Borderline, foi cunhado pelo psicanalista Otto Kernherg, e indica três pontos comuns que conjugam vários transtornos de personalidade: fracasso em alcançar autoidentidade estável; capacidade de teste de realidade intacta, porém com perdas transitórias; uso de mecanismos de defesa primitivos como negação, identificação projetiva e fantasia onipotente.
Pergunta 3: Quais são as características da personalidade Bordeline?
Os pacientes com transtorno de personalidade borderline apresentam perturbações em várias funções psíquicas e possuem as seguintes características:
- Relacionamentos interpessoais intensos e instáveis;
- Comportamentos autodestrutivos repetitivos;
- Medo crônico de abandono;
- Afetividade disfórica crônica;
- Distorções cognitivas;
- Impulsividade;
- Frágil adaptação social;
- Impulsividade, incluindo autoagressão e tentativas de suicídio;
Pergunta 4: Como realizar o diagnóstico do transtorno de personalidade Borderline?
A quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, o DSM-V, considera o indivíduo com Borderline quando ele apresenta cinco ou mais dos seguintes fatores:
- Esforços desesperados para evitar abandono real ou imaginado;
- Um padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e intensos caracterizado pela alternância entre extremos de idealização e desvalorização;
- Perturbação da identidade: instabilidade acentuada e persistente da autoimagem ou da percepção de si mesmo;
- Impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente autodestrutivas (ex.: gastos, sexo, abuso de substância, direção irresponsável, compulsão alimentar).
- Recorrência de comportamento, gestos ou ameaças suicidas ou de comportamento automutilante;
- Instabilidade afetiva devido a uma acentuada reatividade de humor;
- Sentimentos crônicos de vazio;
- Raiva intensa e inapropriada ou dificuldade em controlá-la;
- Ideação paranoide transitória associada a estresse ou sintomas dissociativos intensos.
Leia: “Como aplicar o exame psíquico”
Pergunta 5: Qual é o prognóstico do paciente portador do transtorno de personalidade Borderline?
O prognóstico do transtorno de personalidade borderline depende de muitos fatores, incluindo instabilidade emocional, maior duração de internações prévias, disforia, história familiar de doença mental, idade mais jovem no início do tratamento e agressividade dos pais, os quais pioram o prognóstico.
Pergunta 6: Qual é o tratamento adequado para o transtorno de personalidade Borderline?
O tratamento do indivíduo com transtorno de personalidade é aplicado em duas situações gerais: para aliviar o sofrimento subjetivo do paciente ou de seu grupo social. Três tipos de tratamentos poderão ser abordados: as psicoterapias, a farmacoterapia e, caso seja necessário, a institucionalização e a hospitalização que são indicados em alguns casos ou situações emergenciais.
Todavia, como farmacoterapia, os estabilizadores de humor têm eficácia no controle da instabilidade emocional, os ISRSs são efetivos para o controle da impulsividade e as alterações cognitivas e de percepção sensorial serão tratadas com antipsicóticos.
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Referências: