O médico de qualquer empresa, seja a pequena, média ou grande, terá que desenvolver seus próprios modelos de medicina do trabalho, acompanhando os critérios estabelecidos na legislação, com a necessária flexibilidade de ação e independência de procedimentos se quiser ser realmente útil ao desenvolvimento nacional.
Com toda a responsabilidade que lhe é conferida, no seu atendimento diário aos trabalhadores, e procurando dar um enfoque pragmático ao que está acontecendo no cotidiano, os médicos do trabalho defrontam-se com várias situações.
Diante disso, para o médico do trabalho conquistar seu espaço, iremos neste texto dar algumas dicas para serem seguidas.
Boa leitura!
Primeira dica:
Equipe-se com a competência técnica para ser médico do trabalho; o restante do pessoal da organização, empresa ou instituição tem que perceber que o médico do trabalho sabe muito, muito mais do que eles. Portanto suas decisões não atrapalham, pelo contrário, ajudam.
Segunda dica:
Fale a linguagem da empresa, parta do princípio de que o médico do trabalho é um promoter, e que o restante da empresa é o seu público a ser trabalhado.
Seu interesse e conhecimento sobre a empresa, insumos e matérias-primas, planejamento e qualidade dos produtos são fundamentais para sua aceitação.
Terceira dica:
Use dados estatísticos; muito já se disse de positivo e de pejorativo sobre a estatística. Mas ela é útil. E, os médicos do trabalho têm nas mãos, a sua disposição, dados estatísticos preciosos para usar como argumento.
Quarta dica:
Lide com fatos, não com sentimentos; não mostre uma situação errada dizendo "acho que isto está acontecendo, ou percebo tais problemas". Os "sentimentos" costumam ficar esquecidos. E já se disse que contra fatos não há argumentos.
Quinta dica:
Procure ajuda toda vez que precisar. Procure assessoramento com a engenharia de segurança e a área de recursos humanos ou de projetos.
O médico do trabalho não deve ficar na incômoda situação de lhe perguntarem: “Então doutor, o que temos de fazer para melhorar?” E o médico do trabalho não saber.
Sexta dica:
Tenha critérios de flexibilidade e de inflexibilidade; é importante saber que nem sempre se deve ser inflexível. Seja inflexível quando houver risco importante para a saúde ou a vida do trabalhador. E esqueça o orgulho próprio quando se tratar de problemas menores ou transitórios.
Sétima dica:
Promova o serviço médico entre os trabalhadores; use o prestígio natural que o médico tem e oriente-os sobre coisas que eles gostariam de saber. Ouvir os trabalhadores é um bom indicador para isso.
Doenças sexualmente transmissíveis, planejamento familiar, orientação sexual. Primeiros Socorros no lar e na escola. Aproveite a oportunidade e entre com seu tema de saúde no trabalho.
Oitava dica:
Seja equilibrado no trato de conflitos entre a administração e o empregado; tenha regras claras que prevejam a conduta em situações conflitantes, certificando-se de que os trabalhadores a conhecem.
Nunca brigue ou se exalte com um trabalhador. Seja educado e compreensivo quando tiver de adverti-lo. Lembre-se que problemas como absenteísmo elevado e "indivíduos problemáticos" são, basicamente, problemas da administração da empresa, e não do médico do trabalho.
Nona dica:
Busque o apoio superior, quando necessário; mas, quando o fizer, esteja munido de todas as informações, no sentido de demonstrar que o que era possível fazer sem apoio da chefia foi feito.
Décima dica:
Acredite no que faz; a crença naquilo que se está fazendo possibilita que, após os revezes, a pessoa retome as energias e reinicie o trabalho. Caso não haja convicção de o que faz é bom ou importante, está-se a um passo da desistência após os primeiros fracassos. E por falar em revezes e fracassos, o médico do trabalho deve estar preparado para eles.
Mas a perseverança vai proporcionar, também, muitas ocasiões de satisfação pessoal para verificar que é possível e viável desenvolver, dentro das instituições, um programa amplo de promoção e proteção da saúde das pessoas.
Boas dicas né?
Agora já está mais preparado(a) para se destacar dentro do mercado de trabalho.
Caso tenha interesse na área da medicina do trabalho conheça a Pós-Graduação em Medicina do Trabalho da Faculdade Cenbrap.
Referência:
Diretrizes gerais para o exercício da medicina do trabalho - Daphnis Ferreira Souto