Transtorno de Asperger
Características Gerais
O transtorno de Asperger se caracteriza por dificuldades nas interações sociais e comportamentos considerados incomuns, com interesses restritos, parecidos com o transtorno autista. No entanto, diferente do autismo, o transtorno de Asperger não apresenta atrasos significativos na linguagem, desenvolvimento cognitivo ou habilidades de autocuidado apropriadas para a idade. Esse transtorno de asperger, foi descrito pela primeira vez em 1944 por Hans Asperger, um médico austríaco, que chamou a condição de “psicopatia autista.” Dessa forma, ele observou que pessoas com inteligência normal apresentavam dificuldade em interações sociais e comportamentos excêntricos, sem atraso no desenvolvimento da fala. Por isso, a gravidade do transtorno pode variar, incluindo casos em que sinais sociais sutis não são compreendidos, mas a pessoa consegue interagir de maneira geral.
Etiologia
A causa exata do transtorno de Asperger ainda não é conhecida, mas há evidências que sugerem uma possível relação com o autismo. Porém há estudos familiares que indicam que fatores genéticos, metabólicos, infecciosos e perinatais podem contribuir para o desenvolvimento de ambos os transtornos.
Diagnóstico e Características Clínicas
O diagnóstico clínico requer a presença de pelo menos dois dos seguintes sinais de comprometimento social:
Interesses e comportamentos limitados também estão presentes, mas podem ser sutis e, por isso, difíceis de identificar no início. Crianças com esses sinais podem não parecer diferentes das demais. De acordo com o DSM-IV-TR, não há atraso na linguagem, nem deficiência cognitiva ou de adaptação.
Curso e Prognóstico
Embora se saiba pouco sobre a evolução dos pacientes diagnosticados de acordo com os critérios do DSM-IV-TR, relatos de caso mostram variação no curso e prognóstico. Nesse sentido, Pacientes com QI normal e boas habilidades sociais tendem a ter um prognóstico mais favorável. Sendo assim, alguns adultos diagnosticados na infância demonstram boa capacidade verbal e inteligência, mas ainda apresentam dificuldades em interações sociais, sendo muitas vezes considerados tímidos ou socialmente desconfortáveis.
Tratamento
O tratamento para o transtorno de Asperger é de suporte, com o objetivo de melhorar o comportamento social e as relações interpessoais. Desse modo, intervenção costuma focar em moldar as interações sociais, tornando-as mais semelhantes às dos colegas. Entretanto, crianças com Asperger tendem a ser muito verbais e a ter bom desempenho acadêmico, mas sua rigidez em seguir regras e rotinas pode representar um desafio e, ao mesmo tempo, uma oportunidade para a intervenção terapêutica. Assim, o uso dessas rotinas para promover hábitos positivos pode melhorar a vida social da criança. Por fim, Técnicas de resolução de problemas e desenvolvimento de autossuficiência ajudam em situações sociais e no ambiente de trabalho e em alguns casos, a farmacoterapia pode ser indicada.