A esquizofrenia não é uma “dupla personalidade” como muitas pessoas imaginam com base em seu nome. A doença é chamada em esquizo (fragmentada ou partida) frenia (mente) porque faz com que suas vítimas sofram profundas deficiências na capacidade de pensar com clareza e sentir emoções normais. É, provavelmente, a doença mais devastadora tratada pelos psiquiatras.
Por isso, hoje resolvemos trazer esse texto para deixar mais claro tudo que você precisa saber sobre a esquizofrenia.
Faça uma boa leitura!
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Sintomas:
Sintomas característicos (A)
No mínimo dois dos seguintes quesitos, cada qual presente por uma porção significativa de tempo durante o período de 1 mês (ou menos, se tratados com sucesso):
- Delírios
- Alucinações
- Discurso desorganizado (p. ex., freqüente descarrilamento ou incoerência)
- Comportamento amplamente desorganizado ou catatônico
- Sintomas negativos, isto é, embotamento afetivo, alogia ou abulia
Obs 1.: Apenas um sintoma desses citados é necessário quando os delírios são bizarros ou as alucinações consistem em vozes que comentam o comportamento ou os pensamentos da pessoa, ou duas ou mais vozes conversando entre si.
Disfunção social/ocupacional:
Por uma porção significativa do tempo desde o início da perturbação, uma ou mais áreas importantes do funcionamento, tais como trabalho, relações interpessoais ou cuidados pessoais, estão acentuadamente abaixo do nível alcançado antes do início (ou quando o início se dá na infância ou adolescência, incapacidade de atingir o nível esperado de realização interpessoal, acadêmica ou profissional).
Duração:
Sinais contínuos da perturbação persistem pelo período mínimo de 6 meses. Esse período de 6 meses deve incluir pelo menos 1 mês de sintomas satisfazem o critério A e pode incluir períodos de sintomas prodrômicos ou residuais. Durante esses períodos prodrômicos ou residuais, os sinais da perturbação podem ser manifestados apenas
por sintomas negativos ou por dois ou mais sintomas relacionados no Critério A presentes de uma forma atenuada.
Exclusão de substância/condição médica geral:
A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (p. ex., uma droga de abuso, um medicamento) ou a uma condição médica geral.
Relação com um Transtorno Global do Desenvolvimento:
Se existe um histórico de Transtorno Autista ou de outro Transtorno Global do Desenvolvimento, o diagnóstico adicional de Esquizofrenia é feito apenas se delírios ou alucinações proeminentes também estão presentes pelo período mínimo de 1 mês (ou menos, se tratados com sucesso).
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Causas:
Atualmente existe um consenso entre os investigadores de que a esquizofrenia é mais bem conceitualizada como uma doença de “múltiplas causas”. Os indivíduos podem carregar uma predisposição genética, mas essa vulnerabilidade não é “liberada” a menos que outros fatores também intervenham.
Embora a maioria desses fatores sejam considerados ambientais, no sentido de que não estão codificados no DNA e poderiam potencialmente produzir mutações ou influenciar a expressão genética, também são considerados biológicos e não psicológicos e incluem fatores como:
- Lesões no nascimento;
- Má nutrição materna;
- Abuso de substâncias por parte da mãe.
Obs 2.: Os estudos atuais sobre a neurobiologia da esquizofrenia examinam uma multiplicidade de fatores, abrangendo genética, anatomia (sobretudo mediante exames de neuroimagem estruturais), circuitos funcionais (por exames de neuroimagem funcionais), neuropatologia, eletrofisiologia, neuroquímica, neurofarmacologia e neurodesenvolvimento.
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Tratamentos:
Tratamento agudo da psicose:
Os antipsicóticos de segunda geração tornaram-se a terapia de primeira linha (exceto a clozapina) devido a seus perfis favoráveis de efeitos colaterais, por exemplo:
- Risperidona;
- Olanzapina;
- Quetiapina;
- Ziprasidona;
- Aripiprazol.
Terapia de manutenção:
Os pacientes que se beneficiam do tratamento de curto prazo com medicamentos antipsicóticos são candidatos ao tratamento de manutenção de longo prazo, que tem como meta o controle sustentado dos sintomas psicóticos.
Pelo menos 1 a 2 anos de tratamento são recomendados após o episódio psicótico inicial em razão do alto risco de recaída e a possibilidade de deterioração social causada por novas recaídas.
Pelo menos cinco anos de tratamento para múltiplos episódios são recomendados, porque permanece um alto risco de recaída.
Tratamentos adjuvantes:
Medicamentos psicotrópicos adjuvantes às vezes são úteis para pacientes esquizofrênicos,
mas seu papel ainda não foi claramente definido.
- Ansiolíticos (benzodiazepínicos): quando a ansiedade é proeminente.
- Carbonato de lítio, valproato e carbamazepina: Redução de comportamentos impulsivos e agressivos, hiperatividade e oscilações do humor.
- Antidepressivos: Tratar depressão em pacientes esquizofrênicos e parecem ser efetivos.
Intervenções psicossociais:
A hospitalização agora é reservada a pacientes esquizofrênicos que representam um perigo para si próprios ou para outras pessoas, que se recusam a cuidar adequadamente de si mesmos ou que demandam observação, exames ou tratamentos médicos especiais.
Terapia familiar:
A terapia familiar, combinada à medicação antipsicótica, já demonstrou reduzir as taxas de recaída na esquizofrenia. As famílias com frequência querem aprender mais sobre a natureza da doença e precisam de informações realistas e precisas sobre causas, indicadores prognósticos e tratamentos disponíveis.
Agora chegamos ao fim, caso tenha gostado do conteúdo e se interesse pela área da psiquiatria venha conhecer nossa Pós-Graduação em Psiquiatria da Faculdade CENBRAP.
Referência:
Introdução à psiquiatria- Nancy C. Andreasen